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segunda-feira, março 03, 2008


Por motivos que eu te conto depois se voce quiser (agora nao, que isso aqui nao eh um livro nem tampouco minha vida eh um livro aberto), o programa de au pair foi pro ralo depois de dois meses e eu e a familia onde moravamos ficamos muito chateados com a agencia que tinha me mandado pra la (EF, diga-se de passagem - nao recomendo a ninguem) e decidimos nos "vingar" deles.  Minha hostfamily me ajudou a arrumar um emprego la em Boston e eu fui morar com o Carlos.

E foi assim que eu "casei", sem ter planejado nem um segundo disso. Logo de cara passamos a dividir um quarto, uma cama e nossas vidas, entao eu considero isso um casamento. E descobri que casamento nao necessariamente tem que ser entediante - ainda mais o nosso, que dividiamos a casa (de um banheiro so) com mais 3 brasileiros e 2 americanas, ou seja, a gente nao tinha uma casa, a gente tinha um quarto. 

Eu tava bem feliz por la, mas de vez em quando tinha sonhos bizarros de pura consciencia pesada. Na minha casa no Brasil ninguem sabia que eu "casei", achavam que eu tinha meu proprio quarto e minha propria vida la na America. Eu odeio mentira, mas nao tive como fazer de outro jeito. Essa foi a unica ressalva na minha felicidade. 

Nao foi nada facil, era tudo absurdamente novo, a primeira vez que eu morei longe de pai e mae e longe de amigos a quem pudesse chamar pra um cafe e dividir os segredos mais sordidos. Eu fazia as compras, cozinhava a janta toda noite, (tentava) arrumar um pouquinho o quarto mais baguncado do planeta e ainda sobrava energia pra bancar a massagista no fim de semana. A chegada do inverno foi de enlouquecer so com as perspectivas (eu odeio frio, fico deprimida, irritada, impaciente). Mas fui feliz. Esses meus primeiros seis meses de America sao os que eu me lembro com mais carinho e saudade. As novidades, o deslumbramento, a beleza indescritivel daquela cidade.

Mas chega de brincar de biografia. Eu acredito demais que a vida da gente tem que ser assim mesmo, cheia aventuras, de sofrimentos, de tormentas. A gente tem mesmo que mergulhar nas entranhas do mundo, se nao nao vale a pena. Eu to feliz de estar aqui inteira pra contar todas essas historias pra voces. O passado nao e tao inalcancavel quanto voces pensam, nao. Mario Quintana nao me deixa mentir: 

"Ha bens inalienaveis, ha certos momentos que, ao contrario do que pensas, fazem parte da tua vida presente, nao do passado... e abrem-se em teu sorriso mesmo quando, deslembrado deles, estiveres sorrindo a outras coisas."

Enviado por Claudia Zeal às 7:53 PM | link Comentários: