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sexta-feira, julho 19, 2002
Sabe, eu preciso escrever. Mesmo que eu tenha que pensar pra isso – claro – mas eu preciso escrever. Esse emprego tá me sugando, tá sugando a minha alma, a cada dia que passa, a cada hora. Eu nunca mais li, nunca mais escrevi, nunca mais vi filmes. Eu só acordo, como, trabalho e durmo. Durmo o fim de semana inteiro, quando deveria estar namorando e bebendo vinho e sentindo vento frio no rosto e encontrando pessoas felizes. Mas não, eu só durmo. A exaustão não me deixa outra alternativa, eu simplesmente durmo. E acordo cinco da manhã. Todo dia. Você faz idéia do que é acordar cinco da manhã todo dia? Aposto que não, eu também não fazia. Até começar a ter que acordar cinco horas da manhã todo dia. Sair da cama com o céu ainda escuro e voltar pra ela com o céu já escuro.
Mas é que eu preciso de dinheiro, sabe? Todos nós precisamos de dinheiro se quisermos um pouco de conforto e lazer e satisfação e essas coisas que nos deixam felizes. Pequenas coisas: comer bobagens gostosas com o namorado no início da noite, ter uns chocolates guardados pra quando chegar a TPM, beber um vinho barato, alugar uns filmes de vez em quando... Será que eu tô querendo muito? Não, eu não tô querendo muito. Mas tô pagando bem caro por isso. O mundo é injusto, babe. Você tem que ralar muito pra conseguir o que quer. Tà. Mas e se eu não quiser ralar muito? As pessoas que eu mais admiro nesse mundo conseguem viver suas vidas sem emprego e quase sem dinheiro. E se não são felizes, são sinceras. E a sinceridade é o primeiro passo pra felicidade. Tudo depende da cabeça, da coragem, da força. Eu não tenho coragem pra apertar a tecla FODA-SE e sair de casa com uma mão na frente e outra atrás. Eu não tenho coragem de largar o emprego e declarar que tudo que eu quero é ler, escrever, fazer zines e ouvir música. Não confio no meu taco o bastante pra isso. E lhes digo: a pior coisa que existe é se sentir fraco e covarde. Me faz ter vontade de chorar, de sumir, de virar cega-surda-muda e me trancar no quarto e não sair de lá nunca mais. Cega não, que eu preciso ler e escrever, mas perder a interação com as pessoas, com o mundo. Ser só eu e meu umbigo e pronto. Não ter que dar ou ouvir satisfações, não ter que provar nada pra ninguém. E viver apenas pra escrever, escrever e escrever. Enviado por Claudia Zeal às 4:19 PM | link Comentários:
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