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quarta-feira, outubro 03, 2001
Faz três dias que eu não envio nenhum post - já tá até criando poeira aqui - mas isso não quer dizer que eu não esteja acompanhando (quase que religiosamente) os outros blogs. É que ando muito ocupada com a minha caixa de e-mails, mal viro as costas e as mensagens multiplicam-se dia após dia. Muita gente interessante, novas e refrescantes idéias, rica troca de impressões acerca do mundo e das pessoinhas que nele habitam. A Grapete é que ainda não apareceu por lá, mas continuo esperando - será que estressei tanto o "pombo danado" que ele esqueceu de lhe levar o meu recado?
Mas ando trocando (ou absorvendo) impressões de pessoas de carne e osso também (não que as que estão por trás das letrinhas também não o sejam), dessas raras que puxam conversa com estranhos com o único intuito de encurtar o trajeto do ônibus. Aconteceu ontem, um senhor de prováveis 60 anos, que entrou no ônibus e estendeu acintosamente um saco plástico no banco, antes de sentar. Devo ter olhado pra ele com uma cara tão curiosa e zombeteira, que ele não pôde deixar de se explicar: "É que uma vez o assento estava todo sujo de urina. Sabe como é, a prevenção é o melhor remédio, né?" Não pude deixar de rir, e ele acabou puxando conversa - um papo sobre Deus, religião, filosofia. Mas não sejam precipitados a ponto de pensar que ele era um daqueles crentes chatos que ficam pegando no pé (nada contra os evengélicos, só contra a encheção de saco, que fique bem claro). Muito pelo contrário. Pra ele, Deus é o universo, e está em todo e qualquer lugar pra onde se olhe e, portanto, "não há a menor necessidade de se construir um prédio pra colocar Deus dentro dele". Discorreu entusiasticamente sobre o tema durante os 30 minutos do percurso e depois seguiu seu caminho, sem sequer dizer-me seu nome.
Engraçado como essas coisas acabam acontecendo, a despeito da minha "vacina anti-gente": só saio de casa com os fones do walkman devidamente atolados nos ouvidos, uma advertência muito clara: mantenha distância. E quando saio de casa de manhã cedinho, a caminho da faculdade, e começa a tocar no meu radinho Bank holiday, do Blur, a pessoa do lado, no ônibus, me olha com uma cara de quem diz: "como é que ela pode ouvir uma música assim a uma hora dessas da manhã?" Mal consigo esconder um sorrisinho de superioridade no canto da boca - perdoai, pai, eles não sabem o que ouvem.

Enviado por Claudia Zeal às 4:13 PM | link Comentários: