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segunda-feira, março 03, 2008


Por motivos que eu te conto depois se voce quiser (agora nao, que isso aqui nao eh um livro nem tampouco minha vida eh um livro aberto), o programa de au pair foi pro ralo depois de dois meses e eu e a familia onde moravamos ficamos muito chateados com a agencia que tinha me mandado pra la (EF, diga-se de passagem - nao recomendo a ninguem) e decidimos nos "vingar" deles.  Minha hostfamily me ajudou a arrumar um emprego la em Boston e eu fui morar com o Carlos.

E foi assim que eu "casei", sem ter planejado nem um segundo disso. Logo de cara passamos a dividir um quarto, uma cama e nossas vidas, entao eu considero isso um casamento. E descobri que casamento nao necessariamente tem que ser entediante - ainda mais o nosso, que dividiamos a casa (de um banheiro so) com mais 3 brasileiros e 2 americanas, ou seja, a gente nao tinha uma casa, a gente tinha um quarto. 

Eu tava bem feliz por la, mas de vez em quando tinha sonhos bizarros de pura consciencia pesada. Na minha casa no Brasil ninguem sabia que eu "casei", achavam que eu tinha meu proprio quarto e minha propria vida la na America. Eu odeio mentira, mas nao tive como fazer de outro jeito. Essa foi a unica ressalva na minha felicidade. 

Nao foi nada facil, era tudo absurdamente novo, a primeira vez que eu morei longe de pai e mae e longe de amigos a quem pudesse chamar pra um cafe e dividir os segredos mais sordidos. Eu fazia as compras, cozinhava a janta toda noite, (tentava) arrumar um pouquinho o quarto mais baguncado do planeta e ainda sobrava energia pra bancar a massagista no fim de semana. A chegada do inverno foi de enlouquecer so com as perspectivas (eu odeio frio, fico deprimida, irritada, impaciente). Mas fui feliz. Esses meus primeiros seis meses de America sao os que eu me lembro com mais carinho e saudade. As novidades, o deslumbramento, a beleza indescritivel daquela cidade.

Mas chega de brincar de biografia. Eu acredito demais que a vida da gente tem que ser assim mesmo, cheia aventuras, de sofrimentos, de tormentas. A gente tem mesmo que mergulhar nas entranhas do mundo, se nao nao vale a pena. Eu to feliz de estar aqui inteira pra contar todas essas historias pra voces. O passado nao e tao inalcancavel quanto voces pensam, nao. Mario Quintana nao me deixa mentir: 

"Ha bens inalienaveis, ha certos momentos que, ao contrario do que pensas, fazem parte da tua vida presente, nao do passado... e abrem-se em teu sorriso mesmo quando, deslembrado deles, estiveres sorrindo a outras coisas."

Enviado por Claudia Zeal às 7:53 PM | link Comentários:


segunda-feira, dezembro 24, 2007


Sempre que entra dezembro eu me pergunto quantos Natais eu ainda vou ter que enfrentar nessa vida. Tive o azar de nascer no seio de uma familia desunida tanto por parte de pai quanto por parte de mae. Nunca soube o que eh ter uma ceia de Natal decente. E sempre morri de inveja das familias alheias que sabem o que eh Natal de verdade.

Todo ano eh sempre a mesma coisa: meu pai, minha mae e eu acabamos crashing somebody else's party. Esse ano vai ser a festa da vizinha da frente. Que, detalhe, eu so conheco de vista, que dira o resto da familia dela. Deprimente. Eu sempre pensei que quando casasse eu ia passar a ter uma familia de verdade, ia ter a oportunidade de criar a minha familia, nos moldes que eu bem entendesse. Mesmo que fosse uma familia de duas pessoa apenas, seria a familia que eu escolhi pra mim. E eu pensei que passaria a ter Natais e aniversarios e aniversarios de casamento. Tudo a dois, romantico como nos filmes. E depois a tres ou mesmo quatro, quando viessem os filhos.

Mas o que fazer quando voce se da conta que a familia que voce escolheu nao escolheu voce como familia? Eu nunca soube ser vice. Nunca precisei lutar pra garantir o meu lugar no coracao de alguem, muito embora varias pessoas ja tiveram que lutar pra garantir um lugar no meu. Preciso urgentemente aprender isso. Ou nao. Talvez num outro lugar, com outras pessoas, as coisas fluam, como deve ser. Nada calculado, rotulado, etiquetado, ensaiado. Tudo natural, como o curso de um rio cujas aguas desembocam justamente onde deveriam. Sim, no fundo eh tudo calculado. Mas nao por nos. Por Deus (ou pela forca maior que cada um acredita que rege o universo e tudo que esta nele).

Nesse Natal os meus votos nao sao de paz ou de esperanca nem de realizacoes. Meus votos sao unica e exclusivamente de fe. Porque eu nao tenho nada mais alem disso, nao sobrou nada alem de fe, e eu nao posso desejar aos outros algo que nao tenho nem pra mim. E dizem que com fe a gente constroi todo o resto. Nao precisa sequer que seja fe em si mesmo. Basta que seja fe em Deus, fe em algo superior, fe que nada nessa vida acontece por acaso e que se voce acha que merece, recebera protecao e tudo que acontecer sera para o bem, mesmo que no momento voce nao consiga acreditar muito nisso.

E essa mensagem vai especialmente pros meus amigos que, assim como eu, estao enfrentando um fim de ano "punk"(na definicao de uma dessas amigas) e se perderam temporariamente de seus caminhos. Tenham fe, meus queridos. Isso basta. E que o Natal de voces seja divertido apesar de tudo.

Enviado por Claudia Zeal às 7:51 PM | link Comentários:


Dei sorte com a minha "hostfamily". Nos dois meses que la fiquei eles sempre foram muito legais comigo, pacientes, simpaticos, compreensivos... Me levam pra passear, se importam comigo, pagam tudo pra mim, tipo almocos e jantares em restaurantes bacanas, algumas roupas... Me receberam com flores e uma bandeira do Brasil e a minha chegada foi ate filmada. Depois me levaram pra jantar em um restaurante chines e me deram presentes de aniversario atrasados. Eles sao pacientes. E as criancas foram uns doces, fofissimas, nao me deram trabalho quase nenhum. Nos demos muito bem, principalmente a Samantha, de quase 5 anos (desde a primeira vez que nos vimos ela se pendurou no meu pescoco). Com a Sammy eu brincava de bonecas, lia pra ela, assavamos brownies, desenhavamos e viamos filmes. Ela era supercarinhosa, adorava abracos e beijinhos, principalmente quando acordava de manha e antes de ir pra cama.  Ainda hoje sinto saudades dos meus pestinhas e tenho fotos deles nas paredes de casa.


A casa deles tambem era muito legal, espacosa. A parte de limpeza que eu tinha que fazer era pouca coisa, e era tudo facilimo porque eles tem maquinas pra tudo (lava-louca, lava-roupa, secadora...). Ate pra limpar a mesa, as janelas, o chao, eles tem varios tipos de lencos umedecidos que a gente usa e e so passar uma vez so e a sujeira fica toda grudada. A parte mais pesada, tipo carpetes e banheiros eu nao tinha que fazer, pq tem uma empresa de limpeza que ia la uma vez por semana.


Enfim. Eu tava muito feliz, obrigada, com a minha vida de au pair. Descobri que adoro criancas e que ao contrario do que sempre pensei, quero sim ter filhos nessa vida - nao agora, mas quero. Descobri como eh familia de verdade, coisa que eu so tive em casa "de fachada". Descobri que o mundo ia alem do meu bairro, onde morei a vida inteira, e que era muitissimo mais interessante do que eu imaginava.

Enviado por Claudia Zeal às 7:49 PM | link Comentários:


quarta-feira, dezembro 12, 2007

Pessoas queridas que chegarao ate aqui,


Ja nao era sem tempo esse meu retorno a blogosfera. A ansiedade esta a mil por hora e a unica coisa que posso fazer agora pra tentar aliviar um pouco esse meu coracao indocil eh escrever.


Eu quero contar pra voces como eu cheguei ate aqui, pra comecar esse novo blog decentemente, mas eu nao sei nem por onde comecar... Vou comecar com o sonho que eu sempre tive de ganhar o mundo. Sempre, ja nasceu comigo, isso. Mas precisa ter muito culhao pra abandonar tudo o que voce construiu, botar a mochila nas costas e se mandar. E eu sempre fui meio bunda-mole pra essas coisas, entao dobrei o sonho bem pequenininho e guardei no bolso mais escondido da alma e fui levando a minha vidinha comum (nao que nao fosse uma vida feliz, mas era assim comum e eu nunca me encaixei cem por cento nela, era assim como um sapato muito bonito, mas apertado). Me formei publicitaria pra depois descobrir a inutilidade dessa profissao que eu nunca serei capaz de exercer. Empurrei com a barriga o quanto pude um curso de letras na uece.


Tava tudo bem. Em termos. Depois de um tempo eu lembro que eu ja nao estava feliz. Mas eu fui empurrando tudo com a barriga, porque essa eh minha especialidade e porque sabia que tinha que ser assim, que tinha sido a minha escolha e eu nunca ia ter uma vida muito melhor que aquela (era assim morna, nem quente, nem fria. Era confortavel apenas, a ponto de eu ficar la acomodada e indisposta a procurar vida melhor).


Eu nao escrevia mais, nao pintava, nao produzia mais nada de forma alguma. So trabalhava, dormia, namorava. Ponto. Foram dois anos e meio. E as coisas comecaram a ruir, assim aos pouquinhos, e eu sempre tentando consertar com uma pa de cimento aqui outra acola. O emprego onde eu tava a quase dois anos era uma bomba prestes a explodir. Eu tava odiando a minha vida, eu chorava toda noite e queria fugir ou virar qualquer outro ser humano que nao fosse eu mesma.


Eu nao planejei ir pra America. Juro. Simplesmente aconteceu. Eu pensei nisso durante um mes, nada mais do que isso. Era inicio de 2004. Entrei em contato com uma agencia de au pairs (estudantes de intercambio que vao pra la morar na casa de familias americanas cuidando das criancas e recebem salario e bolsa de estudos pra isso) e o processo de colocacao que demora em media 3 meses, se resolveu em menos de duas semanas (eu te pergunto: voce acredita em coincidencias?), impressionando todo mundo da agencia. A familia, maravilhosa, morava pertinho de Boston - onde morava o Carlos (mas isso ja nao foi coincidencia, eu fiz questao de ir pra perto de alguem conhecido, por seguranca mesmo). Arrumei minha mala e no dia do meu aniversario de 24 anos, me mandei pra la.

Eu nao pensei muito, do contrario desistia. Mas no fundo eu sabia que nunca tinha feito coisa tao certa nessa minha vida. 


Eu fui pra passar um ano, juntar experiencia e dinheiro, pagar a casa que tinha deixado aqui. Era isso que eu pensava. Mas tudo comecou a mudar desde o meu primeiro dia la. Porque eu reencontrei perdido la naquele bolso esquecido o meu sonho de ganhar o mundo. E eu vi que ja tinha dado o primeiro passo, tava la, tava muito mais feliz do que aqui, tava adorando cada segundo, cada descoberta, cada coisa nova que eu via e aprendia. Em outras palavras: eu fugi de mim mesma, fugi da minha propria vida e dos planos que eu tinha tracado pra mim.


Quando cheguei la eu percebi que nao tinha nascido pra essa vida modorrenta de casamento sem diversao e sem aventura, essa vidinha burocratica que a maioria consegue levar feliz. Eu nao me encaixava, pronto. E eu vi que nao podia voltar, se eu fizesse isso, eu ia estar me traindo violentamente, me sabotando. Eu nao sei ate que ponto voce esta conseguindo me acompanhar ou entender ate aqui, mas foi mais ou menos assim que aconteceu e eu nao sei explicar mais profundamente, porque eu nao consegui entender cem por cento o que passou na minha cabeca. Eu fui so seguindo os instintos, o coracao.

Enviado por Claudia Zeal às 1:35 PM | link Comentários:


terça-feira, dezembro 12, 2006

Caraca, a Tuana postou a corrente em setembro, mas so agora que eu vi (foi mal, Tutuka - pra voce ver como eu eu ando altamente antenada no mundo dos blogs...) 
Mesmo assim acho que ainda ta valendo, ne? Antes tarde do que nunca... Entao, la vao as minhas seis caracteristicas: 

1- Indecisa (definitivamente no topo da lista). 

2- Corajosa. Eu nao sabia que era. Descobri a exatamente dois anos e meio atras, completos justamente hoje. 

3- "Rueira". Segundo a minha mae, esse termo caracteriza as pessoas que gostam de estar mais na rua do que em casa, que gostam de passear, que inventam motivo pra sair de casa. 

4 - Sem nocao (ou desligada). Sou mesmo. Tem um monte de coisas e detalhes ao meu redor que, mesmo na minha cara, se alguem nao me chamar a atencao, passam completamente batido. 

5 - Esquecida. Muito esquecida. Eu acho que pulei a fila da memoria na linha de montagem. 

6 - Pao dura. To melhorando bastante ultimamente, mas acho que ainda sou. 

E eu passo a bola pra Camila, pro Diego, pra Lelly's, pra Maria praJoyce e pra Andrea

Saudades daqui. Eh o primeiro item da lista de objetivos a serem cumpridos em 2007. Resta saber se eu consigo mesmo cumprir. ;c) 
Como nao sei se ainda volto antes, vou deixar logo registrados os meus votos de paz, felicidade, amor e prosperidade, nao so financeira, mas pessoal, a cada um de voces. Que voces possam ter (e saibam valorizar) a familia inteira reunida ao redor de uma ceia farta na noite de Natal. E que 2007 traga consigo toda a sorte que um ano terminado em sete promete. Amo muito voces que ainda vem aqui. A saudade eh muita, e aperta especialmente nessa epoca do ano. Cuidem-se!

Enviado por Claudia Zeal às 6:57 PM | link Comentários:


domingo, julho 16, 2006

Isso aqui eh o Big Brother. Intrigas, fofocas, panelinhas, tramoias. So que ninguem sai premiado no final. 
Aqui eu aprendi o que eh odio. Deus me perdoe. Foi por pura necessidade. 
Aqui eh matar ou morrer. 

... 

Tenho sentido saudade demais ultimamente. Saudade de muita coisa, de muita gente. Saudade daquelas que queimam, que te fazem comer o triplo do necessario, que te fazem nao querer sair da cama. 
O nome da minha moleza eh saudade. 

... 

O anuncio na parede do metro fala que a nossa vida deveria ser mais do que uma sucessao de "se"s. Pois a minha nao tem sido muito mais do que isso. Se eu tivesse todos os documentos, se eu pudesse casar, se eu tivesse como pagar o curso de enfermagem, se eu nao precisasse ser caixa de supermercado, se eu pudesse visitar meus pais, se eu tivesse meus amigos por perto, se eu pudesse ter um filho. Se.

Enviado por Claudia Zeal às 6:55 PM | link Comentários:


quarta-feira, julho 05, 2006

Pois que voltamos a ser sol e lua. Dessa vez nao por falta de opcao, mas por opcao, pura e simples. 


To me sentindo sozinha hoje. Coisa de mulher com TPM. Vontade de ter alguem pra conversar agua, chuvisco pra esfriar o mormaco desse dia tao quente. Queria ouvir risos, musica, qualquer coisa que quebrasse esse silencio de agora. 


Alguem vai ficar sem cafe da manha hoje. E sem almoco. E sem jantar. Tambem, quem mandou nao levar o lixo pra fora? 


A vontade de banho de mar ainda persiste. Ainda nao foi hoje nao. Quem sabe amanha.

Enviado por Claudia Zeal às 6:54 PM | link Comentários:


segunda-feira, julho 03, 2006
.::. E agora caminho toda manha, na praia. Uma hora completa. Cato as conchinhas mais bonitas para enfeitar o banheiro de casa. Gosto do cheiro do mar e das criancas pequenas se dedicando aos castelos de areia. Hoje decidi que quando tiver um filho vou leva-lo toda manha pra ver o mar e ajuda-lo a perseguir gaivotas. 

.::. Estou tomando gosto pela cozinha. Aprendi a fazer feijao e quase nao tenho mais medo da panela de pressao. Creme de galinha esta virando quase especialidade da casa. 

.::. Meu jardim esta crescendo. Flores silvestres, margaridas, tomateiros. Estao do tamanho de polegares. Nao tenho a menor ideia de quando virao as primeiras flores ou os primeiros tomates, mas ja tenho orgulho das minhas mudinhas mesmo assim. 

.::. A casa esta ficando linda, cada vez mais a nossa cara. Nao tenho mais medo de ficar sozinha, ja me sinto confortavel em todos os comodos, ja sei onde encontrar quase tudo que perco - menos a pinca, que ja busquei em todas as gavetas da casa, e as sombrancelhas crescendo mais que as mudinhas do jardim. 

.::. Decidi que quero ser enfermeira.

Enviado por Claudia Zeal às 6:53 PM | link Comentários:


domingo, abril 02, 2006
oi claudinha, tava vendo seu album, pôxa, que saudade menina. tenho q trocar uma idéia contigo, tipo troca de experiências de como sobreviver no exílio. um abração, tchau 

Isso ai em cima quem escreveu foi o Leo Martins, la no Orkut. E eu trouxe pra ca a fim de tecer abertamente algumas consideracoes sobre essa sobrevivencia no exilio que ele mencionou. Servico de utilidade publica. =cP 

Pequeno Manual de Sobrevivencia no Exilio 

Regra de ouro numero um: aprender a aceitar e principalmente respeitar as diferencas. 
Essa eh uma regra de sobrevivencia em geral, seja la onde for. No exilio eh mais importante ainda porque existem muito mais diferencas a se conhecer e aceitar. E voce tem que aprender a conviver com elas no seu dia a dia, mesmo que signifique que voce vai ouvir musica sertaneja a festa inteira sem pedir pra trocar o cd (porque no exilio, assim como em qualquer outro lugar, vence a maioria). 

Regra de ouro numero dois: manter-se aberto e receptivo ao novo. 
Sejam ideias novas, situacoes ineditas ou experimentar coisas diferentes. Vencer o medo do novo eh essencial. Arriscar eh preciso. O mundo esta ai ao seu redor, um enorme brinquedo pra voce explorar. Faca coisas diferentes (mesmo que os outros estranhem ou nao te entendam), va em lugares novos (mesmo que voce corra o risco de se perder), coma coisas que nunca comeu (mesmo que voce possa achar nojento ou correr o risco de nao gostar). Cafe gelado e "sanduiche" de manteiga de amendoim com geleia de uva, por exemplo. Eu torci o nariz ate relativamente pouco tempo atras, e hoje em dia sao dois favoritos. =c) 

Regra de ouro numero tres: confie primeiro em Deus, segundo em voce, mas nunca em outros como voce. 
Essa eh a ultima regra da lista mas eh talvez a mais importante. Lembrem-se sempre: a fe eh o que move os exilados. Eh o que faz suportar a solidao, a saudade, as ausencias, as carencias... Fe no dia de amanha, fe em voce mesmo. Acreditar em voce mesmo eh essencial, saber-se capaz, descobrir-se capaz, ter orgulho de si mesmo e descobrir que ser orgulhoso nao necessariamente eh algo ruim. Mas saber em quem confiar eh parte essencial dessa equacao. Confie uma unica vez na pessoa errada e voce esta totalmente ferrado, pois no exilio eh voce e Deus, nao tem quem lhe estenda a mao nao. Por isso, muito cuidado em quem voce acha que pode confiar. 

Se voce conseguir por em pratica essas tres regrinhas, sobreviver no exilio (ou em qualquer outro lugar) torna-se uma experienca rica e gratificante. E o melhor de tudo eh que essas regras sao que nem andar de bicicleta: uma vez aprendidas voce nunca mais esquece.

Enviado por Claudia Zeal às 6:48 PM | link Comentários:


domingo, fevereiro 12, 2006
 
Vaga saudade, tanto 
Dóis como a outra que é 
A saudade de quanto 
Existiu aqui ao pé. 

Tu, que és do que nunca houve, 
Punges como o passado 
A que existir não aprouve. 

Quando puder me escreve tá 

Toto 
Robson 

Enviado por Claudia Zeal às 6:50 PM | link Comentários:


sábado, janeiro 21, 2006

Ja faz tento tempo que nao escrevo - fonte seca, lua minguante. Quando paro pra escrever aqui, meus dias se resumem a uma sucessao de agostos, nao ha desgosto que chegue. Minha vida nao eh ruim nao - pelo contrario. Ela so esta meio... vazia. Antes eu tinha conteudo demais e tempo de menos e grana de menos ainda. Hoje eu tenho tempo e (gracas a meu bom Deus) alguma grana. 

Mas me falta o conteudo que transbordava, que preenchia os meus dias e a minha mente. E quando eu digo antes, eu digo aaaaaaantes, ha uns dois anos atras, pelo menos. Eu sempre me achei um poco (com cedilha), era uma fundura que assustava as pessoas, ninguem chegava muito perto com medo de cair e se afogar. Eu nunca pensei que um dia fosse me sentir assim um lago placido, e ca estou, tabula rasa. Eu achava que ia ser bom viver na incerteza porque antes era tudo muito certinho, cada coisa em seu lugar, o futuro eu quase ate podia prever. Mas hoje eu sei que incerteza demais tambem nao eh bom. Eu preciso de um minimo de seguranca pra ser. Hoje eu nao consigo nem sonhar... Eu tento me projetar no futuro e eu nao sei se esse futuro eh sozinha num apartamentozinho que eu conseguir comprar la em Fortaleza, recebendo visitas dos meus amigos sempre. Nao sei se eh morando com papai e mamae e ate coloca-los na sepultura e depois ir morar num asilo pra terceira idade. Nao sei se eh casada, mae de familia como a maioria dos da minha idade, seja aqui ou la. Nao sei se solteirona, com os 40 gatos (me refiro aos felinos mesmo) que eu vou ter se "ficar pra titia". Sei la, num sei nem o que eu quero.... 

Transcrever sentimentos eh construir um castelo de cartas. Chega um vento qualquer e destroi tudo. Prefiro não ficar pensando, e não dá pra escrever sem antes pensar. Se eu penso, ca estou, as lagrimas. Pensar, no momento, doi. E o pior eh que esse momento tem durado tanto tempo, ja faz quase um ano e meio e eu gosto de escrever, me mantem perto das pessoas que realmente se importam comigo. Cansei de me fechar sobre os meus assuntos, os meus confidentes andam ocupados demais pra responder meus emails ou conversar comigo no msn. Taqui, entao, pra todo mundo ler. 

Eu me perdi de mim. Numa curva qualquer desse meu caminho torto de ser sem ser eu me perdi da Claudinha, me perdi da moleca que dava lingua pra deus e o mundo, que mordia se mexessem com ela, que se escondia nas pontas dos cabelos na hora que a timidez atacava, que conquistava todo mundo com um simples sorriso. Antes eu reclamava que nao era fragil e que nao quebrava e que nao era um bichinho de cristal. Hoje eu sinto falta daquele cuidado todo com que me tratavam, aquela importancia, como se eu fosse mesmo uma coisa preciosa, querida, uma prenda que as pessoas tratam com zelo. Eh bem como diz o senso comum, que a gente sente falta quando perde. Nao, nao me digam "entao volta". Nao eh uma questao de voltar ou ficar. Amigo que eh amigo continua amigo mesmo que um deles va pra lua ou pra Marte. Nao me preocupo com relacao aos meus amigos pq foi tudo muito bem cultivado e eu sei que nada vai mudar nem em 5 nem em 50 anos. Mas eu sinto falta de uma pessoa assim na minha vida diaria, uma so pessoa que seja, uma ja bastava. 

Eu sei que eu preciso acreditar, mas a minha fé já é tão pouca. Porque eu me viro do avesso pra mostrar uma força que eu não tenho, e eu disfarço bem, e todo mundo acha que eu sou forte mesmo, quando o que eu mais queria era um colinho e alguém que me acolhesse as lágrimas sem ter medo ou pena ou preocupação ou decepção. Alguém que não se sinta na ânsia de ajudar, alguém que não faça questão de ouvir mais do que eu tenho a explicar. Alguém que seja forte por mim, às vezes, para que eu tenha direito de aninhar as minhas fraquezas e não tenha que me pressionar tanto todos os dias da minha vida. 

Enviado por Claudia Zeal às 6:43 PM | link Comentários:


e como se não fosse um tempo 
em que já fosse impróprio se dançar assim 
ela teimou e enfrentou o mundo se rodopiando ao som dos bandolins 

.: Oswaldo Montenegro :.

Enviado por Claudia Zeal às 6:39 PM | link Comentários:


segunda-feira, setembro 05, 2005

E come, e dorme, e trabalha (muito). E ama tambem. Um amor de quatro patas e um de duas. Arremedo de familia, que se passa perfeitamente por familia de verdade. 
E morre de saudades, sempre, um pouco por dia. 

Viver depois da ponte eh saber recomecar. Se nao se sabe, morre, desiste, larga tudo pra cima e volta pra onde saiu. E enquanto aprende, sofre, muito. Muda-se de casa 4 vezes por ano na esperanca de encontrar aquela em que se possa pregar na parede a plaquinha de lar doce lar. Muda-se de emprego outras tantas que nem da pra se contar nos dedos de uma mao. 

Enviado por Claudia Zeal às 6:38 PM | link Comentários:


quarta-feira, maio 26, 2004
Caros,
Ouvi rumores que os blogs da Globo não podem ser acessados do exterior. Como seguro morreu de velho e não me custa nada, estou transferindo o blog da Globo para o endereço antigo, esse aqui mesmo. Assim, se der pau por lá, vocês já sabem onde me encontrar.
Afinal, já diz o ditado: o bom filho...

Enviado por Claudia Zeal às 8:47 AM | link Comentários:


sexta-feira, janeiro 16, 2004

/Esse texto era pra ter saído ontem. Faz de conta que ainda é ontem, tá? 

É um pedacinho de ficção inédita que ia ser publicado num zine que nunca foi pro papel. Tá, é meio ficção e meio verdade. Mas é verdade que é pra ti, e que, apesar de não ter sido escrito ontem, é uma homenagem, por ontem. 


Não consigo escrever textos que não sejam pra ti. Não consigo escrever pra mim, para meu deleite egoísta, nem tampouco consigo escrever nada que vá servir para todos, agradar a tantos outros olhos tão plurais. Só consigo escrever pra ti, por que você me reflete, e eu me vejo em ti e finalmente consigo gostar da imagem refletida, ao contrário de todos os outros reflexos distorcidos que encontro nos olhos de quem me vê. 

Quando escrevo pra ti, eu gosto dos meus olhos melancólicos, do meu sorriso tímido, da falta de palavras que me deixa tão desconcertada. Gosto de me esconder nas pontas dos cabelos tão curtos quando você diz algo que me faz corar e de te mostrar a língua quando você implica comigo - coisas que só faço pra ti, veja bem. 

Só enquanto escrevo pra ti é que consigo gostar de mim.

Enviado por Claudia Zeal às 6:01 PM | link Comentários: